segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Ministro do Baião: Zé de Mohura.



Zé de Mohura, nascido no município de Umbuzeiro na Paraíba, completou 63 anos no ultimo mês de Março. Foi lavrador e pecuarista na sua terra. Aos 15 anos já tocava em festas locais. No final dos anos 60 foi considerado um ícone do baião, por toda região do Cariri.Veio para o Rio nos anos 80, onde trabalhou na construção civil. Passado algum tempo, ganhou a vida como porteiro e zelador. Ainda em 80 criou um grupo de forró chamado “Forró do Povo”, apresentando até a década de 90 os melhores sanfoneiros e “cantadores” da época. Atualmente, criou o grupo “Os Menestréis do Baião” e abandonou um pouco a sanfona e o canto para se dedicar à organização do Ministério, a fazer versos, e a divulgar o grupo, que presta homenagem a Luiz Gonzaga, considerado como o melhor astro do século XX no gênero. “Rapaz, Luiz Gonzaga foi precursor e eu sou o difusor. É nisso que me especializei. Na dança, no verso falado... na difusão. Eu apresento e represento minha cultura.” Explica Zé.Como sempre participou ativamente da história cultural de seu povo, se aprofundando em suas raízes e riquezas, decidiu que a grande Comunidade Nordestina que habita as diversas comunidades existentes em Niterói, deveria se unir para não deixar morrer seus costumes. “Estamos divulgando a verdadeira cultura, não tem nada a ver com isso que está acontecendo por aí. O povo está precisando de categoria e nós vamos levar um forró de categoria até eles.” Se emociona o Ministro.


Confira uma entrevista com Zé Mohura

Comunidade: Fale um pouco sobre o Ministério.


Zé de Mohura: Em primeiro lugar gostaria de agradecer a presença dos meus amigos “Os Repórteres do Baião”; Rick e Fabinho. Gostaria também de agradecer ao nosso amigo correligionário Cérvulo Augusto. O Ministério é a verdadeira integração dessa comunidade maravilhosa, que é a Nordestina. É à volta e o novo baião. O Baião do século XXI. É um trabalho que está sendo divulgado em âmbito regional, mas que irá se elevar a nacional. Não é mesmo senhores Repórteres?


Comunidade: Claro Ministro. E os projetos futuros?


Zé de Mohura: Na verdade o projeto é tão grandioso que não cabe em um projeto. Ele se apóia em uma plataforma. Esse é o nosso caso. A plataforma se apóia na música, na gastronomia, no turismo e na poesia. O que futuramente vai levar a música a frente vai ser o grupo “Os Menestréis do Baião” que ainda não está pronto de fato. Já temos os sanfoneiros e os espetáculos, mas quando esse grupo estiver definitivamente fechado poderemos ir além da onde estamos indo. Serão os percussores do novo baião.


Comunidade: De todas as bases da plataforma o turismo é a única que ainda não foi posta em prática. Por quê?


Zé de Mohura: Nosso trabalho é um trabalho sério. Não podemos fazer as coisas de qualquer jeito. Algumas coisas dependem um pouco mais de tempo. Mas os contatos já estão sendo feitos. Antes do que se espera essa ultima base irá se concretizar, como as outras se concretizaram. Acredito que daqui a 1 ou 2 anos já estaremos indo para o Nordeste e depois vamos apresentar nosso trabalho em Portugal. O negócio é avançar. Estamos vivendo a globalização e a globalização não é local. Ela é universal. Vamos levar nossa cultura aonde for possível.


Comunidade: O senhor sempre fala com muita seriedade do seu trabalho, mas é uma pessoa sempre à vontade e tranqüila. Como consegue associar os dois extremos? O rir e o sério?


Zé de Mohura: Nós estamos botando para quebrar. Estamos brincando em serviço. Se divertindo enquanto trabalha. E isso não é para qualquer um.


Comunidade: É por isso que o seu trabalho está dando certo.


Zé de Mohura: E vai dar certo mesmo. Porque trabalhar se divertindo não é uma questão só de virtude, mas de capacidade também. E quem vai julgar esse trabalho é o povo. Não existe analista melhor que o povo.


Comunidade: E o que o povo pode esperar do CD?


Zé de Mohura: Boa música nós temos. Graças a Deus.Comunidade: Tem o DVD também.Zé de Mohura: O DVD é um trabalho de juntar uma colcha de retalhos. Estamos acabando de juntar a colcha para nos cobrir. Assim que ficar pronto vamos colocar junto do CD para vender em tabuleiros nas feiras.


Comunidade: E o Café Nordestino?


Zé de Mohura: O Café Nordestino é isso aqui que vocês estão vendo. É um encontro de amigos que se encontra para aproveitar um café com rapadura e as especiarias do Nordeste. O aroma e o sabor regional. Ta aí. Se quiser aproveitar... Depois da cerveja toma o café.


Comunidade: Então faz um improviso para fechar essa matéria.


Zé de Mohura:


Vou falar sobre o Nordeste.

Quero falar sobre o Nordeste.

Saldar a nossa classe nordestina.

O povo da Paraíba, João Pessoa e Campinas.

O Rio Grande do Norteterra de caboclo forte.

Nossa terra potiguarina


Mais informações sobre o Ministério do Baião : http://www.suamajestadeobaiao2.blogspot.com/





quinta-feira, 10 de julho de 2008

Parkour " Arte, Luta e Solideriedade"

Provavelmente este é o título mais apropriado para o texto que pretendo escrever, nada muito especial mas como primeiro texto sobre Parkour do blog queria com isso, alem de falar de que se trata mostrar a ligação do Parkour com o Coletivo Regraf.

O Parkour é uma arte na qual o objetivo é condicionar o seu corpo para transpor obstáculos com eficiência. E com a fluência de movimentos vem a beleza da arte, o seu corpo mover-se por si só em meio a obstáculos como a água que flui de um riacho. O Parkour é uma eterna luta entre o corpo e a mente, vivemos sempre tentando encontrar novas barreiras a serem passadas e novos medos a serem vencidos. Estamos sempre procurando a perfeição dos movimentos.
O Parkour é uma atividade física livre de hierarquias, conceitos e competitividade, o que faz com que haja uma união forte entre seus praticantes sejam eles os mais experientes ou os menos, isso cria naqueles que mais sabem um sentimento solidário de passar seus conhecimentos àqueles que acabam de começar sem restrições.

Isso tudo torna o Parkour uma atividade louvável mas se levada a sério, respeitando sempre os locais de treino (geralmente de uso público) e as pessoas que por eles transitam. Mas há também o preconceito que muitos dos traceurs (praticantes de Parkour) já sofreram e ainda sofrem pois infelizmente vivemos numa sociedade que não aceita bem o não ordinário, o incomum , que tem seus velhos conceitos formados.

Devemos dar valor a atividades que, como o Parkour, desenvolvam nosso senso solidário e social.


-Pipou

Imagem do Texto: Treino Solidário de Le Parkour na UFPE.

sábado, 19 de abril de 2008

XXI EIJAA:O Regraf participará! Participe você também!


O XXI Encontro Internacional da Juventude Antifascista e Antiimperialista (EIJAA) ocorrerá de 24 de julho a 3 de agosto na cidade do Rio de janeiro, Brasil. O evento se realizará nas instalações da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que acolherá debates políticos, oficinas, palestras e atividades culturais que farão parte da programação do encontro.
Com realização bienal, o EIJAA é promovido pela Comissão Preparatória Internacional (CPI) que integra organizações de juventude de diversos países. A União da Juventude Rebelião (UJR) é a organização brasileira que integra a CPI, sendo a principal responsável pela 21ª edição do evento.
Realizado desde o fim da 2ª Guerra Mundial, o EIJAA tem se tornado um importante pólo de debate das ações do imperialismo e do fascismo no mundo e um veiculo de mobilização da juventude internacional em torno da luta por seus direitos, despertando um sentimento internacionalista e contribuindo com a construção do socialismo. Os encontros se realizam em paises da América Latina e Europa alternadamente. A 20ª edição ocorreu na cidade de Copenhagen, Dinamarca.
O EIJAA já conta com mobilização em 20 países além de comitês preparatórios em 12 estados brasileiros. Os comitês estão abertos a todo jovem antiimperialista e antifascista e desenvolverão debates e atos políticos nos estados. Estão abertas as inscrições para as delegações que quiserem apresentar oficinas e atividades culturais no encontro. Em Pernambuco o Lançamento do Comitê Preparatório será no dia 28 de abril na UNICAP, ás 18:30 na sala 102 do bloco G. Faça como o Coletivo Regraf: Participe do EIJAA! Entre em contato conosco e confirme sua presença ou a da sua organização no Lançamento do Comitê e no EIJAA!


Contatos e mais informações:


(81) 8734-5380


http://www.eijaa.org/

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Jornal ARTECULANDO: A folha solta Revolucionária do Coletivo Regraf!



No mês de Abril foi publicado o primeiro número do Jornal ARTECULANDO. O Jornal, um boletim informativo dos membros do Coletivo Regraf, será mensal e terá como principal objetivo divulgar as idéias do Regraf, metas, e atividades e se firmará como uma nova “arma” na derrocada do capitalismo, e na defesa e propagação dos ideais Comunistas.
O ARTECULANDO, com estrutura inicial de três á quarto artigos em uma folha avulsa, será redigido e organizado pelos membros do Coletivo, com temas e manchetes abordados e decididos durante as reuniões.
No primeiro exemplar, o Jornal, não apresenta caráter denunciativo, pois, vimos a necessidade de usarmos a maior parte para descrever o nosso Movimento, falando sobre os princípios e atuação do Coletivo Regraf. Você pode adquirir O Jornal ARTICULANDO, que é gratuito, através das distribuições feitas pelos membros e aliados.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

I Encontro Regraf

No dia 25 de janeiro, no Parque da Jaqueira, foi realizado o primeiro Encontro Regraf. O evento, organizado e idealizado pelos próprios integrantes do Coletivo Regraf contou com apresentações de Break, Le Parkour e as bandas Blessing e Circo Molambo. Embora tenha sido muito elogiado e proveitoso, ainda faltaram algumas atrações que havíamos planejado estar no Encontro, por falta de material e local não houve a amostra de grafite que se pretendia, e devido a alguns transtornos também não conseguimos fazer a apresentação de capoeira. Mas graças a empolgação de todos, os shows das bandas Blessing e Circo Molambo agitaram o publico presente, que também se impressionou com as apresentações ousadas de break e as acrobacias do Le parkour. Os quilos de alimentos que arrecadamos, não serão suficientes para matar a fome da população, mas já ajudará na feira do mês de algumas famílias pobres. È importante lembrarmos, que por atraso de alguns órgãos públicos, o oficio que autorizaria o uso local, Parque da Jaqueira, só foi liberado no dia do evento, mesmo com 15 dias de solicitação e com o pagamento da taxa absurda de R$ 53,00 para usar apenas a energia desse espaço público. Vale ressaltar que não recebemos nenhuma ajuda privada e que todos do Coletivo se empenharam para fazer o melhor.
O nosso próximo objetivo, que já esta em andamento, é de realizamos o segundo, com mais atrações e mais organizado. O Regraf sempre buscará realizar eventos, mobilizações, encontros, etc. Passaremos à mensagem da solidariedade e da luta sempre.

Galera toda ajudando na organização
Apresentação de Break
Le Parkour
Banda Blessing
Banda Circo Molambo

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Entrevista - Regraf

Há um bom tempo, o Coletivo Regraf vem procurando apoio em outros movimentos comunitários para, assim, aperfeiçoar nossos pensamentos e melhorar nossas ações na cidade, como, da mesma forma, trocar idéias e informações sobre os modos de atuações de diferentes grupos. Usando a internet como o principal meio de adquirir essas informações, o Coletivo descobriu que na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, dois estudantes do curso de Comunicação Social buscaram, por iniciativa própria, interagir com as comunidades desfavorecidas desta cidade.
Na entrevista abaixo devemos observar, principalmente, que apesar do Rio de Janeiro ser um dos estados mais violentos do país e de ser erroneamente rotulado como um estado perverso e descontrolado, nessas comunidades, há pessoas que, mesmo submetidas a vários obstáculos socioeconômicos, lutam de maneira incansável para proporcionar uma melhor condição de vida aos moradores, dando alegria, carinho, amizade, apoio, confiança e oportunidade de expressão para o povo.



Coletivo Regraf - Fale um pouco da idéia de começar um projeto voltado pra comunidade. A quanto tempo vocês estão em atividade?



FABIO: Escrever sempre foi um prazer para mim. Já atuei em alguns fanzines de Niterói como o Terceiro Mundo, que teve grande divulgação no meio underground e o Prego no Saco, que não passou do número 1. Tenho contos e poesias que alguns amigos já leram, entre outros trabalhos. Conheci o Luiz na faculdade e sempre tivemos vontade de por em prática o que víamos nas salas de aula, mas de uma forma que fosse útil para as pessoas. Depois de várias idéias decidimos que um jornal que levasse a realidade das comunidades carentes ao público seria ótimo. A grande imprensa tende a bestializar o pobre. Aí quando a polícia entra na favela e sai quebrando, as pessoas pensam que está tudo bem, pois ali só mora bandido. A verdade não é essa. E isso foi nossa idéia inicial. Mostrar a verdade. Independente do que eu ou o Luiz pensamos o que agente vê é relatado. E o que nós vemos é uma população abandonada. Carente de tudo... e que mesmo assim conserva seus costumes, se reúne, canta, dança e tenta ser feliz em meio a todo esse caos. Desse projeto surgiram outros. Nossa página dentro do jornal Uniterói tem menos de um ano e o trabalho na internet aproximadamente 2 meses. Ainda somos nenéns. Estamos aprendendo a andar. Os demais projetos ainda estão na fase preparatória, mas já vão começar a acontecer.

LUIZ: A idéia do projeto veio um belo dia após a aula. Queríamos ajudar as comunidades aqui de Niterói, com o que nós estávamos estudando ( jornalismo ) e de uma forma que fosse possível ( custo muito alto ). Estamos trabalhando para publicar a 7ª edição, sendo que, o jornal é quinzenal.


Coletivo Regraf - Mesmo sem apoio privado vocês conseguem manter essa atividade. Como vocês conseguem manter-se no projeto sem receber remuneração material em troca?


FABIO: É muito difícil. Tem dias que agente sai de manhã para trabalhar, da o final da tarde e ainda não almoçamos. Às vezes acaba a bateria da máquina fotográfica no meio da matéria e agente fica com cara de tacho. Mas no fim se da um jeito e acaba saindo. Não fazemos isso por dinheiro. Realmente é gratificante ver as pessoas se realizarem através do nosso trabalho. Esse é o pagamento que conta. Estar fazendo a coisa certa. Tem crianças que nos olham como verdadeiros mágicos quando batemos suas fotos e depois mostramos a imagem na máquina. Fantástico. Só vendo para entender. Podemos dizer que é um trabalho de valorização do ser humano. Além de levarmos a informação até as pessoas, levamos as pessoas até a informação.


LUIZ: No trabalho de campo a gente vai se virando, dá um famoso jeitinho brasileiro. Em relação aos custos de impressão, a faculdade que nos cedeu uma seção fixa de uma página inteira, arca com a conta.


Coletivo Regraf - Aqui, em Recife, o Coletivo encontra certa dificuldade de agir em algumas comunidade violentas. No Rio de Janeiro como é atuar nas comunidades sabendo que parte delas são dominadas pelo tráfico de drogas? A algum tipo de confronto de idéias?


FABIO: Nosso trabalho não aborda a parte policial. Isso já tem muita gente que faz. Nós tentamos ajudar mostrando o lado social do problema. Quando estivemos na Grota, por exemplo, um político ligou para o presidente da associação pedindo que não mostrássemos o problema do esgoto e do acúmulo de lixo. Mandamos avisar a ele que a matéria sairia em 15 dias e que ele teria esse prazo para ir lá e resolver o problema. Daí nós mostraríamos seu trabalho e ficaria até bonito para ele. Bom, nem precisa dizer que o cara não fez nada e a coisa saiu como estava. Talvez isso faça com que não haja o choque de interesses. No fundo o pessoal do tráfico mora lá também e tem parentes no lugar... eles sofrem tanto com a falta d’água quanto qualquer outro... querem ver o problema exposto e discutido. Se cria uma esperança. Tem Alguém interessado. Também fazemos contatos com as Associações e com moradores antes de entrar, mostramos nosso material e eles vêem que é um trabalho diferente dentro do jornalismo. Não é a grande mídia que está querendo fazer sensacionalismo para vender jornal. Muitos não conseguem entrar no Morro do Céu, mas nós fomos lá e somos constantemente convidados a voltar. Aquela sociedade fica satisfeita com o que vê impresso.

LUIZ: Todos nos deixam trabalhar bem à vontade. Nosso trabalho não foca esse tipo de assunto, não fazemos sensacionalismo ao tráfico e sim aos problemas expostos por cada entrevistado. Ganhar uma qualidade básica de vida é um ideal unânime em todas as Comunidades.


Coletivo Regraf - Quais os tipos de atividades realizadas por vocês? Como os moradores da comunidades participam delas?


FABIO: Bem, procuramos mostrar o cotidiano do lugar. Divulgamos artistas e personalidades locais que normalmente não tem espaço. As pessoas vêem que não precisam estar portando uma arma para chegar à primeira página. Se o cara da aula de música para as crianças ele vai ter o seu trabalho reconhecido. Temos também esse trabalho do jornal que vai ser feito por eles mesmos, o que vai incentivar a leitura, a pesquisa e a escrita. Estamos fazendo uma cobertura do campeonato de futebol no Zulu tanto no impresso quanto no Blog. Está sendo feito em Niterói um Conselho de Comunicação Comunitária e estamos acompanhando o processo de perto. No final de 2007 participamos de um seminário na Câmara municipal e convidamos as lideranças comunitárias que tivemos contato durante esse tempo a participar, dando maior visibilidade ao seu trabalho, fazendo inclusive uma entrevista ao vivo durante o evento.

LUIZ: Trabalhamos com o Jornal UNITERÓI ( impresso ) e em vídeo com um quadro no programa que vai estrear num determinado canal da NET. Em breve esperamos poder trabalhar em rádio também.


Coletivo Regraf - Ao longo do tempo como tem sido a reação da comunidade? Quais foram as melhorias para a comunidade?


FABIO: A reação delas é de total apoio e satisfação. O que nós passamos é que esse trabalho só cresce se eles crescerem, pois o trabalho é o bem estar deles. A receptividade é ótima. Na verdade é melhor do que imaginávamos que seria. Tudo acontece de forma natural. Parece um bate papo. Improvisamos o tempo todo. Não existe um programa estabelecido, um formato. Em cada lugar agimos de acordo com a necessidade da comunidade visitada. Nós mergulhamos no processo e interagimos diretamente com eles. As melhorias podem ser divididas em duas: A imediata, que podemos observar na estima da população, quando eles vêem sua importância estampada em um jornal de qualidade igual ou superior a muitos dos da grande imprensa e as de longo prazo que é a coisa de levar problemas omitidos a público. Essa segunda, ainda tem de ter um pouco de paciência para vermos concretizadas, pois para acontecer a mudança desejada leva um pouco mais de tempo.

LUIZ: Assino em baixo na resposta do Fabio.


Coletivo Regraf - Fale um pouco sobre o Jornal?


FABIO: É um jornal Universitário, feito pelos próprios alunos. Na verdade essa é a única ajuda privada que temos. O espaço. Essa idéia que tivemos só conseguiu ser posta em prática com a qualidade de jornal (papel e impressão) que temos depois que o coordenador Marco Bonetti assumiu o cargo e propôs o jornal. Aí sugerimos unir os projetos e ele nos cedeu uma página e agora está nos apoiando nos vídeos. Ainda esse ano estaremos com um programa voltado para as comunidades na Unipli TV, na TV a cabo. Uma parte do jornal que é vendido nas bancas por R$ 0,25 nos é cedida para a divulgação dentro das comunidades, fazendo um intercambio informacional entre elas. Quando falamos na matéria do Morro do Preventório sobre os problemas criados pelo novo Chip da Ampla (companhia que monopoliza o fornecimento de luz) O pessoal do Cavalão leu e já se preveniu, pois eles estavam tentando implantar o mesmo sistema lá.

LUIZ: Estamos no Jornal UNITERÓI desde sua criação até os dias de hoje com a mesma seção COMUNIDADE, projeto esse que vem transformando alunos com ideologias em profissionais realizados.


Coletivo Regraf - Qual a importância, para você, dessa troca de idéias via internet?


FABIO: A internet quando bem usada é uma ferramenta maravilhosa. Ajuda a romper as barreiras criadas pela distancia e promove a união de pessoas com um pensamento em comum.

LUIZ: Quando falamos em troca de experiências é impossível não falar em ganho cultural, seja, bobagem, interessante, ... o que for ! Essa troca de idéias permite muitas vezes clarear nossos próprios pensamentos e também refleti-los.


Coletivo Regraf - Qual o seu recado para os recifenses que querem agir de forma solidária na comunidade?


FABIO: Não desistam. Por mais que as vezes bata o desânimo e que a batalha por nossa própria existência sugue muito de nossa energia, a luta por um mundo melhor vale a pena. A idéia que ninguém pode mudar o mundo é uma ideologia mentirosa e comodista criada pelas minorias que estão se beneficiando com a sociedade como está. Gandhi, Malcon X, Luther king, o partido dos Panteras Negras e muitos outros que poderia citar o dia inteiro aqui, são a prova disso. Todos eles promoveram mudanças significativas em um mundo que ainda tem muito em que se aperfeiçoar.

LUIZ: O simples fato de querer mudar algo já é a força necessária para o início. Junte amigos e parceiros com o mesmo objetivo e faça acontecer! Vá a luta!!!!

Não ganhamos dinheiro com o que fazemos, mas nossa riqueza está na satisfação em poder expor a verdade e com liberdade de expressão.




Matéria sobre os problemas da Alarico de Souza e Beltrão




Protesto no Bairro de Fátima




O esgoto na Comunidade do Cavalão



Montanhas de lixo no meio da Comunidade do Morro do Céu

Vejam a entrevista de Fabio e Luiz com Azul de Barros e saiba mais sobre o trabalho desses dois companheiros em Niterói no blog:

www.comunidadeeditoria.blogspot.com